Andando no tempo
Às vezes estou Como casas vazias, Como corações Que batem E se despem. Não sou caminho Nem pedra, Nem a mão Que a atira. Se penso Como vento, Logo atrás De um pensamento Me vem a pressa, Corro... caio... Minha alma É tão líquida Como a lágrima Que o céu transborda Agora. Em vastidão Me apercebo, Sou calmo, Mesmo quando sou Eu mesmo. Atravesso Essas águas ruidosas, Olho as margens, Remo... remo... Pois em mim Há esse leme E essa vela Que o vento acaricia E sigo... e sigo A cada dia... Mesmo quando estou Triste Mesmo quando a Esperança lá já Não existe, Eu sigo, Como a perceber Tudo de bom Que ainda está Por vir E fecho os olhos E imagino O tempo sorrir. Cada sorriso É um novo segundo E todo mundo sorri A alegria Que existe Por aí... Mesmo quando a dor Consome e seca, Uma lágrima vem Atrás da outra E o que não tinha cor De repente, Se colore. |
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